Antes de mais nada, precisamos ter em mente o que é um mochilão no exterior. Muitas pessoas pensam que é apenas viajar com uma mochila nas costas, porém, é muito mais do que seu tipo de bagagem, é sobre o seu tipo de experiência.
O termo “mochilão” vem do inglês, “backpacker”, que em ambos os idiomas nomeiam aquelas pessoas que viajam para explorar o mundo com o desejo de se tornar parte dele e não apenas conhecê-lo.
A consequência e a exigência para realizar uma viagem no estilo mochilão é viajar com o mínimo possível. Basta viajar apenas com o necessário.
Além disso, é uma viagem de baixo orçamento mesmo quando feita no exterior. É, literalmente, sobre abandonar o conforto e superar seus limites e desafios.
Porém, ao contrário do que muitos pensam, o mochilão no exterior precisa sim de um bom planejamento. Afinal, ninguém gosta de passar perrengues que poderiam ser evitados com o mínimo de planejamento.
Fora o fato de que existem algumas partes burocráticas que o viajante precisa se atentar.
Dessa forma, neste artigo, você terá um dossiê de como realizar um mochilão em mãos, com tudo o que você precisa saber para começar a se programar para cair no mundo.
Boa viagem! Quer dizer, leitura…
Primeiras providências para realizar um mochilão no exterior
1. Vacinação
Independente dos destinos escolhidos, uma vacina é indispensável: a da febre amarela. Inclusive, muitos países exigem o certificado internacional de vacinação com a comprovação de que o viajante a tomou.
Em alguns outros países, em especial no continente africano, algumas outras vacinas podem ser úteis. Por isso, é importante pesquisar tudo sobre os locais por onde você vai passar e se certificar de tomar todas as vacinas recomendadas para tal, elas podem incluir a de hepatite C, meningite, dentre outras.
É legal ficar atento às experiências de outros viajantes que visitaram esses países para que você já possa pensar em montar uma mini farmácia. Intoxicação alimentar é um problema comum em viagens internacionais, não importa a cidade.
2. Passaporte e vistos
Apesar de quem escolhe fazer um mochilão pela América do Sul poder usar o RG como documento de entrada, o mais recomendado é sempre estar com seu passaporte em mãos em qualquer destino.
Ademais, o passaporte é um documento fantástico e possui validade de até 10 anos, e para viajar você precisa única e exclusivamente dele. Além da possibilidade de colecionar os amados carimbos.
Com o RG, mesmo aqui no continente sul americano, é preciso ter um documento com menos de 10 anos de emissão e em bom estado de conservação. Contudo, o conceito desse estado de conservação fica sempre a critério do agente.
Sobre os vistos, o que são eles?
O visto nada mais é do que a permissão que o governo do país lhe oferece para realizar uma visita ao seu território. Felizmente, o passaporte do Brasil é um dos melhores do mundo e nos dá a possibilidade de conhecer 170 países. Você pode conferir a lista desses países no site do Itamaraty.
A América do Sul, Europa e a maior parte da Ásia, que são os continentes preferidos dos mochileiros brasileiros, têm a maioria de seus países com dispensa de visto para determinada quantidade de dias de permanência.
No entanto, países como Estados Unidos, Canadá e Austrália, exigem o visto.
Para saber como tirar os vistos, os documentos necessários e os consulados, procure o site consular do país escolhido e lá você tem acesso a todas as informações e ao formulário necessário para dar entrada no seu documento.
Geralmente, na entrevista com um agente, eles cobram uma taxa na moeda local do país. Além disso, outros vistos podem ser solicitados totalmente pela internet, como o do Canadá.
3. Destinos e tempo de permanência
Nessa parte do planejamento você já deve ter escolhido “por cima” os países que deseja visitar. Afinal, para pensar em visto você precisa ter em mente os locais que vão exigir o mesmo.
Mas, aqui vamos aprofundar nos destinos para trabalhar as cidades que você faz questão de conhecer e quanto tempo você vai ter disponível, tanto para a viagem total, quanto para cada destino em si.
É importante se tornar um heavy user do Google Maps que, na minha opinião, será seu melhor amigo durante o planejamento e também durante o mochilão.
Coloque na plataforma todas as cidades que você escolheu e comece a traçar as rotas que vai precisar percorrer, assim como os meios de transporte para realizá-las, optando sempre pelo menor custo e maior aproveitamento de tempo.
Por isso, brinque com as rotas até encontrar aquela que faz mais sentido e simplifica o caminho necessário para percorrer todos os destinos.
Uma dica é sempre começar e terminar por uma cidade famosa e com um grande número de voos. Por exemplo, na europa: Paris, Londres, Lisboa ou Madri.
Por que fazer isso?
Iniciando e terminando sua viagem em uma cidade grande com essas características, a chance de você conseguir passagens mais baratas aumenta muito. Visto que em cidades pequenas os acessos são mais difíceis e a procura é menor.
Ademais, isso também é um fator para preços altos, por incrível que pareça.
Agora, com os destinos escolhidos e a rota traçada, podemos falar de dinheiro.
4. Orçamento de um mochilão no exterior
Escolhidos os destinos e as rotas, o primeiro passo é reservar as passagens áreas e as terrestres ou, demais voos, se for o caso.
Primeiramente, a dica de ouro é: antecedência.
Procure realizar os passos anteriores com 8 meses de sobra até a data da viagem (se possível, mais tempo) e tenha, no mínimo, 6 meses para comprar as passagens aéreas principais, as que saem e voltam para o Brasil.
Pesquise bastante, gaste tempo e economize seu dinheiro.
Reservadas as passagens principais e as internas do mochilão, chegamos ao momento de pesquisar as hospedagens.
Um ponto importante, opte pelo conforto e não pelo luxo. Fique sempre atento aos melhores preços e locais que possuem café da manhã incluso, assim, você já evita gasto com essa refeição.
Por fim, contrate seu seguro viagem. Item indispensável, obrigatório e que nós torcemos para que você não precise usar. Infelizmente, o SUS só existe no Brasil. Na maioria dos países europeus, norte americanos e asiáticos você não consegue atendimento gratuito ou de baixo custo.
Para finalizar esse tópico, é de extrema importância que você se programe para viajar com todos os custos mencionados acima pagos. Isso garante que o dinheiro que você vai juntar para a viagem seja apenas para os custos extras: alimentação, passeios, emergências e transporte nos locais.
Essa parte do orçamento é feita de forma fracionada, e a primeira delas é saber em média quanto se gasta por dia em cada destino. Há diversos sites que podem te ajudar nessa pesquisa.
Arredonde esse valor para cima, inclua um montante separado para emergências e em sua planilha multiplique esse valor pela quantidade de dias de viagem.
Pronto! Assim, você já tem a soma de tudo o que vai precisar ter em mãos para viajar, com uma boa margem de segurança para emergências.
5. Moeda
Cada país ou bloco econômico tem sua própria moeda, porém, países menos desenvolvidos operam também com moedas mais fortes, como o euro, o dólar e a libra.
Dica fundamental: nunca leve todo o seu dinheiro em espécie. Além de ser perigoso, pode não ser tão vantajoso na hora de realizar o câmbio.
Pesquise bastante e veja se existe a possibilidade de fazer parte dos gastos da viagem em um cartão de crédito com boa taxa de spread e IOF, assim você junta pontos para serem trocados por milhas futuramente.
Além disso, existem também os travelcards, muito utilizados, que podem ser recarregados previamente e você os utiliza em diversos países e estabelecimentos.
Para essa parte, realmente é necessária pesquisa e simulações para que você possa encontrar a maneira mais vantajosa de levar o seu dinheiro.
Por fim, a última dica para o seu orçamento: na viagem, sempre guarde parte do dinheiro em uma doleira e a outra em um lugar seguro e trancado, dentro da sua mala de mão ou mochila. Tenha um cadeado para quando for deixar sua bagagem em algum armário ou até mesmo no seu local de hospedagem.
Segurança nunca é demais.
Partindo para o seu mochilão no exterior
Depois de dar o check em todos os itens acima, agora é só esperar com calma e alegria o dia da viagem!
Aproveite para pesquisar os melhores pontos turísticos, onde comer bem pagando pouco e todos os roteiros fora da rota dentro das cidades que você escolheu.
Aliás, se possível, procure por experiências também, como fazer uma aula de culinária local, visitar alguma instituição de caridade ou, se o seu tempo permitir, até fazer algum voluntariado. Sem dúvidas será muito enriquecedor para o seu currículo e, principalmente, para sua alma.
Já separe todos os itens indispensáveis para sua viagem, como: celular, mapas físicos, carregadores, cabos e máquina fotográfica.
Estude um pouco de fotografia também, não custa nada e te ajudará a tirar cliques incríveis da viagem que você vai guardar para sempre.
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